top of page
Buscar

Reestruturação de Empresas (Turnaround)

  • Foto do escritor: Eric França da Torre
    Eric França da Torre
  • 8 de jul. de 2022
  • 3 min de leitura

O processo de Turnaround, conhecido no Brasil como processo de reestruturação de empresas, é o trabalho que envolve recuperar empresas em crise e colocá-las de volta aos trilhos.


Apesar de doloroso é um processo muito necessário quando uma empresa se encontra em estágio de declínio, endividamento descontrolado, perda de foco, erros de administração, entre outros.


Existem dois grandes grupos de empresa que precisam passar por um processo de reestruturação, e apesar de situações distintas atuar com os dois grupos exige habilidades e competências diferentes.


O primeiro grupo é onde se encontram as boas empresas mal administradas: Na maioria dos casos, são boas empresas, lucrativas, mas que foram mal geridas (em 90% dos casos) pelos seus próprios fundadores. Nestas empresas, existem típicas semelhanças, que são gastos exagerados, excentricidades desproporcionais, retiradas dos sócios muito acima do padrão aceitável, prazos médios desalinhados, investimentos em operações totalmente fora do foco de atuação da empresa, setores ineficientes e com custo elevado, além da costumaz perda dos valores essenciais que foram cruciais para construção da empresa.


Apesar de parecer o grupo mais fácil para se trabalhar, isso é um engano, logo que, a mudança depende totalmente da vontade do gestor. Na maioria destes casos, o gestor não quer ou não pode reduzir seus gastos pessoais, muitas vezes comprometidos com aquisições e investimentos desproporcionais. É duro dizer, mas o dinheiro e o poder viciam da mesma forma que qualquer droga ilícita. Mudar o estilo de vida, deixar de frequentar o mesmo ciclo social, cortar viagens, empregados, carros de luxo ou vender uma casa de veraneio é algo que muitas vezes não passa pela cabeça do CEO.


Ainda, muitas destas empresas se perdem em projetos onerosos, sem uma correta politica orçamentária e com expectativas de crescimento ou geração de receitas que não ocorrem de fato. Tomar decisões como demitir pessoas, desistir ou congelar projetos de investimento, injetar capital na empresa, eliminar setores ineficientes e deixar contratos deficitários é um grande desafio ao CEO.


Em muitos casos, o processo de turnaround de empresas deste tipo, acaba indo pelo ralo, pela pura resistência ou expectativa desproporcional de melhora, projetada sem fundamento pela mente do CEO.


O segundo grupo é onde as empresas acabam entrando em problemas por falta de competitividade, perda de receitas, endividamento elevado, falta de gestão orçamentária ou estagnação. O desafio neste caso é tão grande quanto no primeiro grupo, porém, o foco neste caso, não será em materializar os erros e problemas do próprio CEO ou Conselho de Administração, e sim em implantar um modelo de gestão voltado para resultados, com revisão de metas, orçamento, controle de custos, etc...


Em ambos os grupos, a principal ferramenta para identificar os problemas e desenhar as soluções é a Modelagem Financeira. Essa é uma ferramenta capaz de unificar, o planejamento tributário com o orçamento (budget), que por sua vez estão conectados com a projeção de receitas, com por final determinará a margem de lucro, que será utilizada para amortizar dívidas e remunerar os sócios de acordo com a necessidade de capital de giro (NCG) apurada.


Elaborar uma boa modelagem, exige uma série de conhecimentos técnicos e gerenciais, além de tempo e imersão dentro da empresa. Ou seja, uma modelagem, jamais poderá ser feita de forma superficial em um processo de reestruturação.


Identificar os problemas e tomar medidas rápidas de correção é o segredo em um processo de turnaround bem sucedido. Ainda, enfrentar o receio, insegurança e resistência do time e do alto e baixo escalão (do tipo: "isso sempre foi assim") é o ponto de maior atenção nestes processos.


Conclusão, ambo os grupos de empresas em crise apresentam desafios diferentes e somente terão sucesso se os dirigentes da companhia realmente estiverem dispostos a mudar. Por incrível que pareça, os maiores insucessos estão sempre relacionados a esta falta de vontade dos dois grupos de dirigentes.


Contratar uma empresa externa para esse processo é muitas vezes o melhor dos caminhos, logo que, nada melhor que um outsider, sem vinculo emocional algum, para tomar as medidas duras que precisam ser colocadas em prática neste momento. Entre essas medidas, estão as demissões, os cortes de custos, os cortes de benefícios e regalias, a sinceridade em apontar os erros e exageros da gestão, a clareza em identificar e eliminar as áreas ineficientes da empresa, entre outras atribuições.


A inteligência nestes processos está em ouvir as pessoas dentro da empresa. É incrível, mas 90% das soluções estão dentro de casa, 80% das pessoas sabem os problemas da empresa e inclusive as deficiências da sua área, porém, não mudam por falta de engajamento, definição ou orientação de quem está por cima.




 
 
 

Comments


Formulário de inscrição

Obrigado(a)!

©2022 por Respect Capital. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page